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Saúde e Segurança do Motoristas de Ônibus

Condições de Trabalho e Saúde de Motoristas Ônibus

Introdução

A saúde e o trabalho dos motoristas de ônibus urbanos têm um papel importante na qualidade de vida das cidades. Diferentes coisas, como o ambiente em que trabalham e a interação social, podem aumentar o estresse, especialmente por causa do trânsito. O trânsito tumultuado nas cidades, mesmo nas menores, é um grande motivo de estresse para as pessoas que moram nelas. Neste artigo “Saúde e Segurança do Motoristas de Ônibus” vamos abordar esta realidade no Brasil.

O trabalho dos motoristas de ônibus está diretamente relacionado ao ambiente de sua rotina diária. Enquanto algumas pessoas trabalham em locais fechados e confortáveis, como escritórios ou lojas, o motorista de ônibus trabalha em um lugar público, o trânsito. Eles não têm um lugar específico para fazer o trabalho, já que estão dirigindo pelas ruas. Eles enfrentam as condições climáticas, o tráfego e o trajeto das estradas enquanto trabalham.

1. Analisando o Trabalho de Transportar Pessoas

As ruas são usadas por pessoas para se deslocar por diferentes razões (como levar crianças à escola, ir e voltar do trabalho, etc.), e também para realizar seus trabalhos. Entre os profissionais que trabalham no trânsito, os motoristas de ônibus urbanos se destacam. O trabalho deles envolve constantemente levar e trazer pessoas para lugares específicos. Eles têm um ambiente amplo de trabalho, que é o trânsito, e um ambiente mais específico, que é o próprio ônibus. Por causa disso, eles enfrentam várias pressões dos ambientes.

Essas pressões vêm tanto de fora quanto de dentro. Pressões externas incluem as regras do trânsito, o respeito às normas de tráfego, como semáforos e congestionamentos, além de desafios como o clima e o estado das estradas. Pressões internas envolvem as condições do próprio ônibus, como a posição do motor, problemas mecânicos, além do barulho e das vibrações.

Os motoristas de ônibus seguem as regras da empresa onde trabalham, mas isso é desafiador, já que passam a maior parte do tempo fora da empresa. Isso pode levar a regras rigorosas, como cumprir horários e cuidar do ônibus, mesmo diante de pressões externas e internas. Eles também lidam com passageiros de diferentes comportamentos, além de serem responsáveis pela segurança das pessoas que transportam durante muitas horas por dia.

Entender as condições de saúde e trabalho e possíveis mudanças pode levar à reorganização do trabalho dos motoristas, afetando diretamente as condições em que trabalham. Mas afinal, como estão as condições de saúde e segurança do motoristas de ônibus?

2. Como a Psicologia Ambiental Contribui: Saúde e Segurança do Motoristas de Ônibus

Motorista conduzindo  ônibus pela na rua, Saúde e Segurança do Motoristas de Ônibus

A situação de trabalho é basicamente onde alguém trabalha e como faz seu trabalho. Isso inclui tudo relacionado a cumprir as metas do trabalho e realizar as tarefas. Essa situação de trabalho pode afetar como os motoristas se sentem em relação ao trabalho, incluindo se estão satisfeitos ou se acham o trabalho difícil. Para entender melhor o que é “ambiente”, vamos usar a ajuda da Psicologia Ambiental.

A Psicologia Ambiental é um ramo da Psicologia que tem se desenvolvido nos últimos 30 anos. Ela estuda as relações entre as pessoas e o ambiente em que vivem, que pode ser um sistema de interações sociais, culturais ou físicas que afetam o que as pessoas fazem. De forma simples, a Psicologia Ambiental estuda como o comportamento das pessoas é influenciado pelo ambiente e como o ambiente é afetado pelo comportamento.

Nessa área, a atenção é dada às interações entre comportamento e ambiente, analisando como eles se relacionam. Isso acontece porque o comportamento é afetado pelo ambiente, assim como o ambiente é afetado pelo comportamento.

Além disso, diferentes situações de trabalho podem causar diferentes sentimentos nos trabalhadores, como estresse, cansaço, medo e tristeza. Por exemplo, entender como as tarefas são organizadas e quanto tempo é necessário para realizá-las pode nos ajudar a entender por que as pessoas ficam tensas e se sentem emocionalmente cansadas no trabalho, a forma como o trabalho é organizado e as condições em que é realizado são fatores importantes quando pensamos na saúde mental das pessoas que trabalham..

3. Contribuições da Psicologia do Trabalho e da Ergonomia

A Psicologia do Trabalho e a Ergonomia são duas disciplinas que estudam o trabalho humano. Elas se concentram em entender como as pessoas trabalham e como o trabalho afeta as pessoas. Elas usam diferentes maneiras de estudar o trabalho, juntando ideias das ciências humanas e das ciências práticas.

A Psicologia do Trabalho foca em entender o comportamento das pessoas enquanto trabalham, em diferentes situações. Isso ajuda a entender os processos mentais envolvidos no trabalho e seus resultados. A Ergonomia, por sua vez, é uma ciência que investiga como criar ambientes de trabalho que sejam confortáveis, seguros, eficientes e saudáveis. Isso requer conhecimento sobre a tarefa a ser realizada, a pessoa que faz a tarefa e o ambiente de trabalho. A ideia é usar esses conhecimentos para criar ferramentas, máquinas e dispositivos que as pessoas possam usar com máximo conforto, segurança e eficácia.

4. Analisando os Riscos no Trabalho: Saúde e Segurança do Motoristas de Ônibus

A Análise Ergonômica do Trabalho estuda aspectos importantes do trabalho, como o impacto na saúde dos trabalhadores e os resultados do trabalho. Quando se trata do ambiente de trabalho, vários fatores podem causar estresse psicológico como depressão, como carga de trabalho muito alta, ambiente desagradável, tarefas pouco estimulantes, confusão sobre as funções, relações tensas com supervisores ou colegas, falta de controle sobre tarefas e decisões, e falta de apoio social para a saúde e para a segurança do motoristas de ônibus

O ambiente de trabalho que pode causar estresse também pode ter riscos para a saúde física dos trabalhadores. Em estudos sobre motoristas de ônibus, foram destacados riscos para problemas de saúde, como doenças do coração, gastrointestinais e problemas nos músculos e ossos. Vários estudos apontam para o mesmo resultado, mostrando que a profissão de motorista de ônibus tem um maior risco de desenvolver problemas cardíacos e musculoesqueléticos.

4.1 Aspectos do Trabalho de Motorista

No trabalho de motorista de ônibus, é importante considerar vários aspectos, como:

1-Carga de Trabalho:

Isso se refere à quantidade de trabalho que uma pessoa precisa fazer e quão bem ela pode lidar com isso. Imagine que o trabalho é como uma mochila que você carrega. Se o trabalho é muito pesado em comparação com sua capacidade, pode ser difícil de suportar. Isso pode afetar seu corpo e sua mente. Por exemplo, o trabalho difícil pode causar dores no corpo, como dores nos músculos, ou fazer você se sentir distraído e irritado.

Uma coisa importante é que há dois tipos de carga de trabalho. Um é quando você tem muitas coisas para fazer em pouco tempo. É como ter que fazer muitas tarefas em um curto período. O outro tipo é quando você faz a mesma tarefa de novo e de novo, e ela não é desafiadora. Isso pode ser chato e cansativo, mesmo que a tarefa não seja difícil.

2-Local de Trabalho:

Isso se refere a como o lugar onde alguém trabalha é organizado e aos equipamentos que estão lá (coisas como computadores, ferramentas etc.) que podemos ver. A maneira como esse lugar é configurado pode afetar como a pessoa se sente enquanto trabalha. Por exemplo, se o local de trabalho for confortável e bem organizado, o trabalhador provavelmente se sentirá melhor.

Um exemplo é o lugar onde um motorista de ônibus trabalha. Apesar do ônibus ser grande, a área onde o motorista fica é relativamente pequena, um pouco maior que um metro e meio quadrado. Nesse espaço, ficam os botões e instrumentos necessários para dirigir o ônibus. Algumas pesquisas foram feitas nos anos 1990 na América (EUA e Canadá) e Europa para melhorar o local de trabalho dos motoristas de ônibus. Isso resultou em mudanças, como ajustar o assento e o volante para que se encaixem melhor para diferentes motoristas, considerando a altura e características físicas como braços longos ou pernas curtas.

Além disso, o painel de controle do ônibus também foi melhorado, tornando mais fácil para os motoristas alcançarem os botões e verem os instrumentos necessários.

3-Vibrações no Trabalho:

Vibrações são como movimentos de ida e volta, como quando alguma coisa balança ou treme. Existem dois tipos: vibrações que afetam o corpo todo e vibrações que são transmitidas pelas mãos. As vibrações de corpo inteiro acontecem quando o corpo fica em cima de algo que está balançando, como sentar em um assento que vibra ou ficar em uma superfície que treme. Isso acontece em todos os tipos de transporte e em trabalhos com máquinas grandes.

As vibrações que passam pelas mãos são comuns em muitos trabalhos, como indústria, agricultura, mineração e construção. Um estudo analisou as vibrações a que motoristas de veículos são expostos e descobriu que os valores são muito altos, muito mais do que o limite seguro para trabalhar oito horas por dia, estabelecido pela ISO-2631.

4-Temperatura no Trabalho:

A temperatura é outra coisa que pode afetar como os motoristas se sentem e até mesmo como eles se comportam. Por exemplo, quando está muito quente, isso pode influenciar as emoções e o estado de ânimo dos motoristas. De acordo com o DETRAN, para que um motorista se sinta bem, a temperatura no ônibus deve ser de cerca de 27ºC. No entanto, no verão, a temperatura dentro de um ônibus cheio pode chegar a 50ºC, o que é muito quente.

Esse calor alto pode causar desconforto, fazer o motorista se sentir agitado, irritado e até mesmo sonolento. Isso pode atrapalhar a habilidade dele de dirigir com atenção. Outros fatores como a velocidade do ar e a umidade também são importantes em ambientes quentes. Em locais fechados, a qualidade do ar e se há ventilação adequada também influenciam o quanto o calor estressa as pessoas.

5-Posições Incômodas no Trabalho:

Posições incômodas são quando o corpo é colocado em posições fixas ou restritas que sobrecarregam músculos, tendões e articulações. Isso acontece quando precisamos ficar em posições que não são naturais ou que fazem os músculos trabalharem muito. Geralmente, isso afeta o tronco, braços e pernas. Um resultado comum disso são problemas nos músculos e ossos, chamados de transtornos musculoesqueléticos.

O problema é que esses transtornos demoram para aparecer e não parecem ser sérios no começo. Muitas vezes, as pessoas não dão importância até que os sintomas se tornem crônicos e os danos sejam permanentes.

6-Movimentos Repetitivos dos Braços e Pernas:

Movimentos repetitivos são aqueles que fazemos muitas vezes enquanto trabalhamos, como gestos que se repetem várias vezes. Quando fazemos esses movimentos por um longo tempo, especialmente com os braços e  pernas, isso pode fazer os músculos e ossos cansarem e até se machucarem. Imagine fazer algo com os braços e pernas muitas e muitas vezes, como dirigir um ônibus.

Além disso, fatores como o tipo de trabalho, como ficar parado ou em movimento, e até mesmo a forma como nos sentimos emocionalmente podem contribuir para essa fadiga muscular. Quando a fadiga se torna um problema a longo prazo, isso pode levar a contraturas musculares, dor e até mesmo lesões. Isso pode criar um ciclo de dor, onde a dor leva a mais problemas.

Existem muitos diagnósticos diferentes para esses problemas, como tendinite (inflamação de tendões), peritendinite, tenossinovite e mialgias (dores musculares), entre outros.

5. Reflexo na Saúde Mental e Física

Neste artigo (Saúde e Segurança do Motoristas de Ônibus) amostrou como a profissão do motorista de ônibus é cansativo. A eficácia do trabalho depende do ambiente de trabalho e de como os motoristas lidam com isso. As condições de trabalho e saúde dos motoristas podem causar problemas físicos e mentais (ansiedade, depressão).

Fatores como locais de descanso inadequados, trânsito congestionado e outros aspectos do trabalho podem causar estresse. O jeito como os equipamentos são organizados, como o assento, o volante e o câmbio, também influencia problemas físicos como dores e problemas de audição.

O trânsito é uma fonte constante de frustração para os motoristas. Estradas ruins, congestionamentos, paradas mal localizadas e outros carros, juntamente com a disposição dos equipamentos no ônibus, contribuem para a dificuldade do trabalho. Como eles trabalham nesse ambiente todos os dias, é provável que sofram desgaste físico e mental.

Estar constantemente sob observação, seja de supervisores ou passageiros, aumenta a pressão psicológica. Os motoristas não conversam muito durante o trabalho, o que pode afetar sua saúde mental.

Os motoristas dividem o ônibus com os cobradores, mas ainda assim têm a responsabilidade de transportar pessoas com segurança, cuidar do ônibus e lidar com o estresse. Engarrafamentos aumentam o tempo de trabalho e os custos para as empresas, o que afeta os preços das passagens e, por consequência, os passageiros.

6. Conclusão

Para melhorar a qualidade do transporte público, é importante entender as condições de trabalho dos motoristas. Políticas públicas devem beneficiar os motoristas e passageiros, aumentando o uso do transporte público e reduzindo carros nas ruas.

A educação sobre trânsito pode ajudar a melhorar a interação entre motoristas, pedestres e ciclistas. Para reduzir o desgaste físico e mental, programas educativos podem ensinar alongamentos e posturas adequadas. Também é possível redesenhar as cabines e os locais de trabalho dos motoristas para torná-los mais confortáveis e ergonômicos. Com educação, melhorias no ambiente de trabalho e atenção ao bem-estar mental e físico, a qualidade de vida dos motoristas pode ser aprimorada.

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